terça-feira, 25 de novembro de 2014

Desabafo #2 (memórias)

No dia 05 de Setembro a C foi para o berçário por um par de horas (das 09h30 às 12h00 para ser mais exacta) e o meu coração parou nesse intervalo.
Na altura escrevi, para imortalizar o momento, as seguintes palavras:

E eis-me sozinha. Com uma base isofix vazia ali no banco de trás
Com um buraco no coração, com um aperto no estômago! Sinto-me incompleta. Desesperada! Dói demais.
Só agora realizei a real dimensão do amor que sinto pela minha filha.
Do quão ela é e faz parte de mim.
Do quanto preciso dela para ser feliz.
Da real necessidade que tenho de a fazer feliz! De cuidar dela. De estar com ela. De simplesmente olhar por e para ela.
É, dói demais esta separação.

É cruel. É bárbaro separar uma mãe da sua cria.
Mas é a lei da vida.

E ainda hoje, quase três meses depois, continuo a sentir o mesmo todas as manhãs!
O mesmo aperto, a mesma inconformidade perante esta separação temporária.

PL

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Mamar

A C mamou em exclusivo até aos 6 meses e foi delicioso. Mas sobre isto falarei mais tarde. 
Quero só registar que no sábado revivemos esses dias e não comemos sopa, foi maminha, maminha, maminha... 
E andamos as duas consoladinhas. 

❤️

As birras

A C é uma bebé calma, não nos podemos queixar muito. 
Mas quando tem sono, muito sono, tem tendência para combate-lo e fica rabugenta. Muito rabugenta. 
Normalmente em dez/quinze minutos a coisa resolve-se e ela rende-se ao soninho...
Ontem não foi assim!
Ontem a C chorou. Muito. Berrou. Engasgou-se. Depois parava e eu queria acreditar que tinha adormecido... Até recomeçar. Eu sei que não podemos ceder ao primeiro choro e que ela estava bem, era só mesmo Birra de Sono, mas o meu coração parou. 
Cada vez que a ouvia chorar o meu coração encolhia, senti-o mirrar com o sofrimento. O que é uma verdadeira palermice, eu sei! Mas eu tenho uma dificuldade terrível em aceitar que a C não esteja bem.
Eu só queria correr para o quarto dela e enche-la de colo, mimo! Ao invés disso, fui para ao pé dela, dei-lhe a chupeta que ela insistia em deitar fora, aconcheguei-a, beijei-a e garanti-lhe que estava tudo bem.
Repeti o processo duas vezes. O pai também.
Ela acalmou-se. 
Ela adormeceu. 
Mas eu fiquei sentida comigo mesma. 
Ainda ando a aprender a gerir estes sentimentos de mãe.



PL

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Momento lamechas #1

Haverá momento mais doce e especial do que aquele em que amamentamos a nossa filha?
Haverá melhor sensação do que sermos uma só, unidas por um elo que só nós vemos, compreendemos?

Não, não há.
:)

A tua música, C!

No bloco de partos estava sintonizada a RFM.

É sempre agradável estar acompanhada pela música nos dos momentos mais felizes (e dolorosos!) da nossa vida...



E naquele preciso momento em que a médica disse "mamã, nasceu!" estava a tocar esta música.

Nada mais apropriado!







Feliz 

Pode parecer loucura o que estou prestes a dizer
A luz do sol, ela está aqui, você pode fazer uma pausa
Sou um balão de ar quente que poderia ir para o espaço
Com o ar, como se não me importasse, aliás

Porque estou feliz
Bata palmas junto se você se sente num quarto sem telhado
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sente que a felicidade é a verdade
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sabe o que a felicidade é para você
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sente que é isso que você quer fazer

Lá vêm más notícias, falando disso e daquilo
Bem, dê-me tudo o que tem e não se contenha
Eu provavelmente deveria lhe avisar que estarei bem
Sim, sem querer ofender, não perca o seu tempo
Eis o motivo

Porque estou feliz
Bata palmas junto se você se sente num quarto sem telhado
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sente que a felicidade é a verdade
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sabe o que a felicidade é para você
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sente que é isso que você quer fazer

(Feliz) me pôr para baixo
Nada pode me pôr para baixo
Meu nível é muito alto (feliz) para que me ponham para baixo
Nada pode me pôr para baixo
Eu disse
(Feliz, feliz, feliz) me pôr para baixo
Nada pode me pôr para baixo
Meu nível é muito alto (feliz) para que me ponham para baixo
Nada pode me pôr para baixo
Eu disse

Porque estou feliz
Bata palmas junto se você se sente num quarto sem telhado
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sente que a felicidade é a verdade
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sabe o que a felicidade é para você
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sente que é isso que você quer fazer

Porque estou feliz
Bata palmas junto se você se sente num quarto sem telhado
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sente que a felicidade é a verdade
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sabe o que a felicidade é para você
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sente que é isso que você quer fazer

(Feliz) me pôr para baixo
Nada pode me pôr para baixo
Meu nível é muito alto (feliz) para que me ponham para baixo
Nada pode me pôr para baixo
Eu disse

Porque estou feliz
Bata palmas junto se você se sente num quarto sem telhado
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sente que a felicidade é a verdade
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sabe o que a felicidade é para você
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sente que é isso que você quer fazer

Porque estou feliz
Bata palmas junto se você se sente num quarto sem telhado
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sente que a felicidade é a verdade
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sabe o que a felicidade é para você
Porque estou feliz
Bata palmas junto se sente que é isso que você quer fazer

Vamos lá


Tradução retirada daqui: http://www.vagalume.com.br/pharrell-williams/happy-traducao.html#ixzz3JVsZU9Bn

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Sobre o amor (de mãe)

Sempre fui uma pessoa dada ao amor, assim com uma entrega completa, intensa, completa!
O tudo. O meu eu mais verdadeiro entrega nas mãos de quem o merecia.
O amor que sinto pelo pai da C é qualquer coisa de avassalador.
É monstruoso.
É bom. Já lá vão 12 anos e meio disto.

Por isso, quando a C estava para nascer eu tinha um medo terrível de ter esgotado o amor no meu coração. E pior, enlouquecia só de pensar que ela poderia não gostar de mim (eu sei, hormonas!).
Durante a gravidez fui ouvindo aqueles clichês de sempre "quando nasce um bebé, nasce uma mãe", "é um click instantâneo", "não te preocupes...".
A verdade é que no momento em que a C nasceu houve algo de mágico a acontecer naquele bloco... O tempo parou, fui transportada para uma realidade alternativa onde milhões de pequenos seres me injectaram o serum do verdadeiro amor, aquele segundo em que ouvi "mamã, nasceu!" fez  nascer dentro de mim um novo ser, uma mãe!
E naquele instante percebi que os clichês que tanta confusão me faziam (e nervos, confesso!) não eram nada quando comparados com a verdadeira dimensão do sentimento novo que o meu coração me estava a apresentar.

Sim, quando nasce um bebé, nasce uma mãe!
Sim, quando tu nasceste, minha pequena C, eu renasci contigo, tua mãe!

E é um amor tão novo e tão diferente em relação a tudo o resto...
Tão puro. Cru. Físico. Verdadeiro. Inocente. Intenso. Real. Eterno.
E é esta sensação de eternidade que me faz sorrir todos os dias quando olho para a C.
Saber que ela é minha para sempre e que eu sou dela para sempre!
Saber que tudo o resto pode (e vai eventualmente) mudar mas a C será para sempre a minha filha e eu serei para sempre a sua mãe!

O amor de mãe é, afinal, ainda melhor quando a mãe somos nós!

PL

A sorte

Só me ocorre dizer que eu sou a pessoa mais sortuda do mundo por ter o privilégio de ser tua mãe, bela C. 


PL

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Extreme Makeover - Home Edition by C

A C aos poucos vai tomando conta da casa. Começou devagarinho, muito discretamente até. Assim, hoje um frasco de creme aqui, amanhã 7.362 brinquedos ali.
Começou no quarto dela (caramba, toda uma divisão para um ser tão pequenino!), passou para o nosso e assim de repente metade da sala já é dela, não esquecendo a cozinha e a casa de banho comum!
É, a C tomou posse da casa. 
E a decoração nunca este tão bonita!

PL

A minha mesa de cabeceira - onde estão os cremes, os óleos de massagem, os livros...?!



O dia em que gritei com a C

Foi ontem. Aos seis meses e dezasseis dias. E no mesmo milésimo de segundo em que o fiz arrependi-me como nunca me arrependi de outra coisa qualquer... No mesmo milésimo de segundo em que o fiz senti o meu coração despedaçar-se... Ontem foi um dia crítico aqui por casa - mamã e papá a vomitar, dores e mau estar generalizado, possivelmente a bicheza que anda no infantário da C e que ela deve ter trazido para casa... A C estava e está óptima, bem disposta, esperta mas nós não! Só precisavamos de descansar... de estar quietinhos... mas com uma bebé de seis meses tal não é possível... As necesidades dela continuam as mesmas e ela continua a precisar da mamã como noutro dia qualquer... há mama para dar, há fraldas para trocar, há miminhos e atenção para dar, há banhos... há toda uma rotina que não pode ser interrompida "só" porque dói a cabeça da mãe... O dia em que gritei com a C pela primeira vez foi ontem. Enquanto a despia para lhe dar banho. Enquanto ela estrabuchava com os pezinhos como sempre faz... Enquanto ela ria e palrava alto e bom som, como sempre faz... Enquanto ela se divertia, porque adora estar nua, como sempre faz... Desculpa, C. Desculpa por ter gritado contigo só porque estavas a brincar, como sempre fazes. A mãe não é perfeita, nem tem aspirações para tal. Mas não tinha o direito de gritar contigo "só" porque lhe doia a cabeça. PL

sábado, 15 de novembro de 2014

600 dias

A C foi uma bebé desejada. 
Muito desejada. Muito ansiada.
Mas também muito teimosa - demorou 600 dias para ser feita.
600 longos dias de uma espera agonizante... Dias, semanas, meses de um stand-by doloroso... De um limbo interminável que me matava por dentro sempre um pouco mais.
Houve momentos em que quis desistir. Houve momentos em que maldisse do dia em que decidimos ser pais.
Houve momentos em que chorei tanto que fiquei sem fôlego e as lágrimas simplesmente secaram...
Houve horas, dias, semanas de uma culpabilidade ridícula mas que se instalou no meu coração...
Houve dias maus. 
E houve um dia bom!
Soube que estava grávida numa sexta-feira 13, em setembro do ano passado. Há lá coisas... A tão esperada confirmação veio por email com o resultado de um bcg que acusava já 5/7 semanas de gestação. E nesse mesmo momento todas as células do meu corpo, que haviam morrido algures na espera, se regeneraram e rejubilaram com a notícia.
E eu renasci.
Criadora.
Protectora.
Mãe. 
Eu. 

PL

O fim de semana

Ai a doce ilusão do fim de semana!
A aproximação do sábado, aquele dia em que podemos ficar na cama até mais tarde, repor energias, recuperar da estafa que foi a semana de trabalho... 
Uma miragem para as mães!

Para a mãe sábado é segunda ou terça-feira e domingo é quarta ou quinta-feira... Para a mãe não há folgas, não há pausas, não há ronha no quentinho da cama...

Há sim uma princesa esfomeada a chamar pela maminha, há sim sorrisos doces que nós rasgam os olhos cansados, há sim gritinhos de satisfação que nós acordam os neurónios, há sim rotinas. As novas. As dela! 

Para a mãe não há folgas, não há pausas, não há ronha no quentinho da cama... 
Para a mãe há felicidade. 
Pura. Concentrada. Extrema. Louca.
Há felicidade, realização, alegria.
Há bebé! 
A minha.
 💖

07h30 - entra o requerimento da maminha parte II

PL

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Desabafo #1

Ser mãe é rir quando ela ri e chorar quando ela chora...
Chorar de cansaço, chorar de pena, chorar de desespero por não a conseguir acalmar.
É ter esta enorme dificuldade em gerir o mau estar dela, é sofrer com o sofrimento dela. 
Ser mãe é fazer a birra com ela, deitar-me com ela, chorar com ela. 
Ser mãe é ser dela. 
Viver para ela. 

E eu amo. 

PL